sexta-feira, 8 de junho de 2007

Rubro-negra homenageia

A tristeza vem me impedindo de muita coisa, uma delas é de atentar direito para o mundo, porque voltei meus olhos estrategicamente para mim. Tenho que reconhecer, no entanto, que não dá para não perceber a cidade mais colorida, mais verde e mais uma cor esquisita, que não é bem um vermelho, é meio um vinho. Os aristocratas tricolores a chamam de bordô.
Fui Fluminense até meus cinco anos. Agora sou Flamengo até morrer. Mas tenho um carinho especial por esse time. Meu irmão me levava ao Maracanã para ver os jogos, cheguei a usar a camisa da cor estranha, para evitar a transparência da minha blusa branca debaixo de uma chuva terrível, numa decisão Fu X Vasco, creio que em 80 - ou 81. Namorei tricolores. Muitos dos meus amigos que mais me aconchegam torcem pelo Flu. Então, em homenagem a eles, e para evitar que este blog vire um muro de lamentações sentimentais, reproduzo texto do Garamblog, do tricolor chato, escritor bacana (leiam 'Eu, Deus') e amigo querido Sidney Garambone.

E o Fluminense?
Quinta à tarde o Brasil mais jovem entendeu o que é o Fluminense. E o Brasil mais velho lembrou quem era o Fluminense. As imagens do estádio das Laranjeiras. Ou de Laranjeiras para os cariocas, pois no Rio o bairro que já foi fazenda de laranjas não é conhecido como “as Laranjeiras”. Simplesmente mora-se em Laranjeiras.
As imagens da torcida ocupando o gramado, como um MST polido e educado, dividindo em lotes a intermediária, meia-lua e grande área. Pulando, pisando, levando grama para casa.
Os jogadores eram detalhes. O treinador era um detalhe. Como algum quadro impressionista, as pinceladas misturaram na foto torcida, atletas, cartolas e cimento.
Cimento antigo, secular, que já viu todos os times grandes brasileiros jogando contra o Fluminense antes e depois do Maracanã. Já viu Seleção e jogo de Terceira Divisão. Timinho e Timão.
Laranjeiras, por um dia, voltou a ganhar os holofotes do Brasil. E os torcedores tricolores também. Não foi vitória heróica. Hoje, com calma, fica mais fácil entender o jogo em Florianópolis. O Figueirense se preparou para tudo, menos para um gol de Roger. Ninguém se preparou para o gol de Roger.
Só Roger.
A torcida levou um nocaute daqueles. Mário Sérgio também. O time então, nem se fala. Não foi uma pressão daquelas que a gente conhece bem. Não houve defesa milagrosa, como querem os assessores de imprensa. A juventude do Figueirense pesou. E o resto, o vizinho Gustavo Poli já descreveu de forma rodriguiana.
O avião decolou e pousou em outro ícone carioca do passado. O aeroporto Santos Dumont. A festa começou lá e acabou no velho estádio da rua Álvaro Chaves. Time centenário, com mais títulos cariocas, o Fluminense virou o século se reinventando.
Sem champanhe.
Mas com muito Bordeaux, da cor da camisa.

2 comentários:

Claudia disse...

Hahaahahah!! tb virei a casaca... confesso q uma época fui fluminense e simpatizo c o pó d arroz aristocratico até hj! explico: meu querido tio (tricolor doente) tinha uma kombi e um camarote no maraca e foi ele quem me iniciou no futebol... deliciosas tardes d domingo indo naquela sensacional kombi cheia d crianças pentelhas gritando (eu inclusive) e pulando... camarote sensacional onde só a bandeira tricolor podia entrar... e acima d tudo, um tio mto mto querido q se foi mto cedo nessa vida... bem, fui tricolor sim, talvez por tanto amor ao meu querido... e em nome dele, ainda acho bacana o tal do flu. Mas, a gt cresce e um dia, segui a sina da familia, um dia olhei e vi a estrela solitaria com toda sua força e esplendor... coraçao bateu forte e titio perdeu pro pai, pro avô e principalmente, perdeu pro meu fogão!!!
bjks

Ana Silvia Mineiro disse...

E meu irmão, que era Bangu e virou tricolor? O Flu parece ser o segundo time de muitos. Também tenho carinho pelo Botafogo. Meu filho já torce com muita paixão pelo alvinegro por causa do pai. Torcedores que eu conheço dizem que se filhos de botafoguenses não forem botafoguenses, quem será? Já Laura, depois de uma catequese maracanística - ela foi comigo ver uma vitória do Flamengo sobre o Vasco (ai, como isso de ganhar do Vasco é bom) -, já se diz rubro-negra.
Beijos