terça-feira, 31 de março de 2009

segunda-feira, 30 de março de 2009

Xará Plath

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para
a insanidade.

(Acho que te criei no interior de minha mente)

Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo
do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com
estrondo

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente

domingo, 29 de março de 2009

O outro lado

Paralisado, sem poder trabalhar, sem conseguir viver, ele ligou para a amante. Brincou em palavras, não tinha graça. Fechou o sorriso, a boca, o coração. Tentou dormir, e a sensacao que tinha tido dias antes, de angústia e medo, se intensificou. Tremeu como vara verde. Apelou para um remédio, mas às quatro acordou sem entender onde estava. Foi ao banheiro – sua reação ao nervosismo exacerbado – e se pôs a vomitar sem ter comido direito há dias, nada, dois bocados aqui e ali, nem almoço nem jantar. Precisava estar só e não podia. Sempre pessoas.

Começou a questionar tudo à sua volta. Estava apaixonado, e não tinha a menor capacidade emocional e física para bancar esse sentimento. Esperou o sol ir alto. O café da manhã em família era sem alma. Desmarcou a análise. Queria ver a outra, muito, muito. Faltava o ar como se estivessem apertando seu pescoço. Tentou andar pela casa e respirar fundo.

Telefonou novamente para a amante e desligou, antes que ela atendesse. Saiu de casa para vagar, tentar espantar a tristeza com o ruído dos passos. Parou na metade do caminho. Novamente os vômitos. Só pensava nela. Ela. Queria falar com ela.

Voltou e caiu duro na cama a olhar o teto, corpo coberto pelo edredon. Trinta e cinco graus lá fora. A voz dela era necessária, mas ali não dava. Deus, como queria a normalidade, nada é normal. Poderia ter sido, mas aconteceu esse amor entre eles e tudo ficou de pernas paro o ar.

Acordou já ao escurecer e resolveu sair de novo. Péssima idéia. O corpo não resistiu e ele retornou cambaleando. A esperança de vê-la não o abandonava. Foi ao prédio dela, interfonou, ninguém respondeu. Tentou o orelhão. "Alô", ela disse. Suas cores voltaram. Era ela, meus deuses. "Posso subir?". "Claro, venha". Abraçou-a sem dizer nada. Choraram juntos. Ela percebeu que ele morria. Deixou sangrar sem um beijo. "O que fazemos com essa paixão?", ele perguntou. Ela balançou a cabeça. Suspirou com ele, e morreram juntos, antes que ele voltasse para casa.

quinta-feira, 26 de março de 2009

P'SSOA

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.

Põe quanto és
No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

terça-feira, 17 de março de 2009

sexta-feira, 13 de março de 2009