segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Do Grande e do Pequeno Amor

«O meu amor por ti, às vezes, não é mais do que uma ruína, uma ruína onde estremeço de frio. Mas prefiro estremecer por causa de ti do que procurar outra paisagem.»
«Andas a dormir com alguém?»
«Já não, encontro-te sempre, até nos corpos das outras me farto de ti, o meu amor por ti é tão banal e absoluto que está em todos os corpos, entendes?»
«Perfeitamente. Como é que vamos resolver isto?»
«Porque é que temos de resolver isto? Talvez este amor, esta coisa nossa, seja uma guerra como essas que tu estudas, infinitas, com o sangue e a paz entremeados. E páginas em branco.»
«Somos os dois muito maus na questão das páginas em branco. Se reparares bem é isso.»
«Talvez eu não goste de reparar bem. Acho até que é por isso que preciso de ti; para me irritar contigo porque reparas sempre em tudo o que me escapa.»
«Achas que ainda teremos medo de viver juntos daqui a vinte anos?»
«Não sei. Sei que nos arrependeremos se não tentarmos. Mas não consigo perder o medo.»
«Não tens de perder o medo. O medo faz parte do que somos os dois.»
«Nunca te esqueces de mim quando tens prazer com outras pessoas?»
«Não, e aí está uma coisa difícil de te perdoar.»

(Inês Pedrosa e Jorge Colombo)

2 comentários:

Claudia disse...

to apaixonada... post novo sobre desejo... carai, tah fueda...

Cristiana Soares disse...

Nooooossaaaa... que lindo!