sexta-feira, 18 de abril de 2008

Carta a um(a) visitante

Você esteve aqui comigo por uma hora e meia. Conheceu minhas inseguranças, minhas tristezas e alegrias, meu amor, o motivo da válvula de escape. Descobriu o "halo" deste blogue, como está lá no post da Clarice, do qual vi que gostou pelo comentário. Na verdade, não foi uma descoberta sua, mas um reencontro, um retorno. Educadamente, como um(a) amigo(a), pediu desculpas por ter demorado a voltar. Entrou as duas vezes pela "Eubiose e as blagues" e deixou as perguntas: "Por quem os sinos dobram? E... por que os homens choram?". À primeira, vou responder com palavras do poeta inglês John Donne:
"No man is an island, entire of itself; everyman is a piece of the continent, a part of the main. If a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if a promontory were, as well as if a manor of thy friend's or of thine own were: any man's death diminishes me, because I am involved in mankind, and therefore never send to know for whom the bells tolls; it tolls for thee."
Dobram por você, amigo(a) visitante.
Sobre a razão de os homens chorarem, não sei se você se refere ao sexo ou à humanidade. Se for ao macho, talvez um homem possa responder melhor que eu. Acho que choram pelos mesmos motivos que as mulheres, com exceção dos hormonais: saudade, saudade, saudade, tristeza, culpa, impotência, raiva, dor. E também felicidade.
Mas eu queria mesmo, visitante do Centro-Oeste, era agradecer seu comentário carinhoso: "Minha mãe catava feijão conversando com minha avó, e me dava cascudo quando eu chegava atrapalhando. Hoje catamos páginas como a sua."
Ah, pessoa, sua visita epifânica me fez sonhar com alguém para quem eu gostava enormemente de escrever e que há muito não aparecia etereamente para mim em rosto, corpo, olhos, sorrisos. Obrigada. Como você não deixou e-mail, dedico-lhe o texto, minha única forma de comunicação, esperançosa de que volte mais uma vez para ler. Obrigada pelo sonho que me proporcionou, você não imagina a saudade que eu sentia daquela imagem. Obrigada pela paz. Obrigada por me fazer visualizar você na varanda da sua casa, olhando a chuva na sua cidade, pensando na foto da casinha da minha amiga Anna. Obrigada por me emprestar seu colo para eu dormir.

6 comentários:

Ave disse...

Postei esse poema no meu blogue ontem! FODEU! É A SINCRONICIDADE!!!!

Cristiana Soares disse...

(emocionada)

Anônimo disse...

Vivência!!!
"Que lindo isto?!!"Como pode, de uma simples participação anônima, tão belo texto ser criado?! Por amarem a beleza, alguns homens choram, especialmente quando ela se manifesta
através de pessoas como você, a Cristiana, e outras mulheres, que apesar de sofrimentos existenciais, próprios à feminilidade, nos presenteiam com estas páginas.

Anônimo disse...

...Os homens também choram, por não poderem, recompor os seus passados, por não poderem, num grande abraço, abraçar, os que por êles são amados, acho que: é verdadeiramente por êles Vivência, que os sinos são dobrados.

Anônimo disse...

Adorei o "pessoa".

Anônimo disse...

Parabéns pelo seu lindo circulo de amizades, são todas pessoas bonitas.Você viu a "Oração" do Ave!! Que coisa hem? Copiei e guardei.A turma da tooalha!! Que legal!!!