domingo, 4 de outubro de 2009

Pequena história de um amor burro

Do blog Cristalk. (http://www.interney.net/blogs/cristalk/2009/10/01/pequena_historia_de_um_amor_burro/) Tão maravilhoso que pedi permissão para reproduzir.



“Só acredito que você me ama quando estou dentro de você”. E ela ficou pasma ao ouvir isso. Ela que achava que já tinha dado todas as demonstrações possíveis de amor. Verbalizado, inclusive, várias vezes. Mas ele não acreditava. Só quando estava dentro dela.

Eles tiveram filhos, que ela abraçou como causas nobres. Ele a criticava por ser uma mãe intensa. Por não ter mais só ele no mundo para amar. Ele começou a se tornar ferino, mas ela ainda o amava mesmo assim. Pelos momentos idílicos. E porque o amor não vai embora de um dia para o outro, mesmo quando a falta de respeito vem sem aviso, como susto que se prega.

Ele a traiu para chamar sua atenção. Ele negou socorro para provar que estava certo. Ele a despejou de casa para que ela se submetesse. E contra a sua vontade, enfim, ela optou por sair daquele filme, que nunca foi dela. Também para produzir uma história mais bonita para os filhos. Pela justiça mundial e porque sim. Porque ela era insubordinada.

Ele perambulou, bebeu, comeu muitas mulheres. Pediu para voltar. Foi insano em sequências. Acabou em direção oposta ao seu maior desejo.

Ela, livre, lutou sozinha pela sobrevivência. É difícil ser livre.

Ele continuou a odiá-la porque a amava.

Fim.

Nenhum comentário: