segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Pensata

Fui criada dando valor às palavras. Primeiro queria empregá-las certo. Depois, escrevê-las corretamente. Aprendi que uma pode ter vários significados, então comecei a brincar com elas, divertir-me. Meu pai ensinou-me a profundidade que podem ter, trazendo alegria, machucando, fazendo o interlocutor de bobo. Por isso, orientou-me a não mentir. Ouvi atentamente as palavras dele, como ouço as de todos, até porque são meu ganha-pão. E analisando meu amor às letras que se unem para formar nomes e significados de qualquer coisa ou sentimento penso em como essa vida seria melhor se houvesse um apego ao que se diz ou escreve sem estar com cabeça quente. Imagine o paraíso: discursos de campanhas cumpridos e um mundo só de seres preocupados em levar a sério expressões como "não vou ferir você nem magoar", "acredite em mim", "conte comigo", "pago assim que receber" e tantas, tantas mais.
Quem joga palavras ao léu e diz que é coisa de momento assina embaixo de (des)enganos. É melhor pensar duas vezes antes de reclamar quando se sentir lesado.

2 comentários:

Anônimo disse...

adorei!! adorei, adorei isso.

Anônimo disse...

Bebeu hoje?