quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Do Cadu

VÃOS ENTRE OS DEDOS

Entre os dedos das mãos
Vão-se os anéis
Ficam os medos
Gestos presos
Vãos entre os dedos
No entrelace das mãos
Os gestos são grãos
Escorrendo
nas frestas dos dedos
Entre a boca e a orelha
o vão é da língua
O hálito quente
transmite o segredo
A mordida o dente
A saliva a centelha
No ar a resposta
No segredo a proposta
Teus vãos,
Como é bom preenchê-los!
Percorrer teus relevos
Morder os teus lábios
Cheirar teus cabelos
Cafunés sem anéis
P'ra que quero anéis
Vamos entrelaçar mãos
Pensar que os medos
Vão-se entre os dedos

2 comentários:

Anônimo disse...

que lindo!!

Ana Silvia Mineiro disse...

O Cadu é um poeta bom mesmo.