segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Poema de Natal

(antes do poema, uma dica de um presente a se dar de Natal: assistir ao filme A Vida dos Outros. Emocionante.)

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes

4 comentários:

Anônimo disse...

Feliz Ano Novo, Raposita. Quero muitos carinhos de sua cauda felpuda em 2008!
Bjs.

ROZANE MONTEIRO disse...

Não, na boa, nem conheço esse tal "Bello", mas "carinhos de sua cauda felpuda"? Raposita? Amiga, confessa com tua boca: tu fez mal a esse moço? Sim, por que pro sujeito ficar falando de "carinhos de cauda felpuda", tu só pode ter feito alguma promessa que não tem a menooooooooooooor intenção de cumprir. Tadinho, cara. Hmmm, acho que vou lançar ooutro blog: www.suaexcelenciaanasilviaacanalha.blogspot.com (pô, podia ter vírgula nessa coisa).

Enfim, nada disso importa, o que importa é o seguinte: tu morreu, porra? Sumiu do teu próprio blog, ô, mané. Tristeza não pode ser, afinal, manés como nós, quando entristecem à vera, escrevem que nem apontador de bicho, o dia inteiro, na cadeirinha de escola enfiada n'alguma esquina, que-nem-aqui no Largo do Machado.

Aliás, se tu falar que tá tristésima depois de ser convidada pro Copa Palace e ganhar uma passagem pra Madri, te enfio a mão na fuça. Embarca quando, babe? Aliás, de novo, traz açafrão de Madrid pra mim, pls? Ó, o link pro teu blog tá lá no meu, cara "amiga-comidinha", tadinha. Vem cá, "amiga-comidinha" é o que, exatamente? Sim, porque, na minha terra, qualquer coisa que receba a alcunha de "amigo/a" é sagrado. Tá, viajei aqui, foi mal. Me voy. Bjs



:)

ROZANE MONTEIRO disse...
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Ana Silvia Mineiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.