quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pequeno conto

Felipa acordou com sede de Antonio. Da última vez que se encontraram, ela o apertou como ao último tubo de pasta de dente da casa, já vazio, obcecada por retirar dele o que era necessário, mas sem esperança. Preferia não saber quantos dias havia se passado desde o abraço, porque tempo de ausência contabilizado é dor certa.
Vestiu-se e partiu para o trabalho impregnada de perfume seu - que tinha sido dele, pensou.
Sonhava Antonio na rua ensolarada e nem percebeu o impacto. Quando um anjo lhe deu colo, Felipa conseguiu enxergar seu amor entre o Cristo e o mar. Os que a viram depois contam só se lembrarem do sorriso no chão.

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